O Câncer de mama é o mais comum entre as mulheres. O Instituto Nacional de Câncer (Inca)
estima 49.240 novos casos para 2010. No mês mundial de conscientização sobre a doença,
tire 13 dúvidas sobre o câncer.
Vale lembrar que o Outubro Rosa, movimento mundial de mobilização de prevenção da
patologia, começa nesta terça-feira (5 de outubro), com a iluminação de rosa do
Cristo Redentor, no Rio de Janeiro. O evento é promovido pela Federação Brasileira
de Instituições Filantrópicas de Apoio à Saúde da Mama(Femama).
1 - O que causa o câncer de mama?
Na maioria dos casos de câncer de mama, não há uma causa específica. Há alguns fatores
que estão associados ao aumento do risco de desenvolver a doença. A própria idade é um deles,
pois a chance aumenta na medida em que se envelhece. Menarca precoce, menopausa tardia,
nuliparidade (não ter filhos), primeiro filho em idade avançada, não amamentação e uso de
terapia de reposição hormonal são fatores associados ao risco. Consumo excessivo de álcool,
obesidade na pós-menopausa e sedentarismo também. Os fatores hereditários são responsáveis
por menos de 10% dos cânceres de mama. O risco é maior quando os parentes acometidos
são de primeiro grau (pai, mãe, irmãos, filhos).
2 - Atinge homens em que proporção?
O câncer de mama em homens é raro. Estima-se que, do total de casos da
doença, apenas 0,8% a 1% ocorram em pessoas do sexo masculino.
3 - Existe algum sintoma além de caroço no seio?
A forma mais habitual é o aparecimento de nódulo, geralmente indolor. Outros sinais e sintomas menos
frequentes são edemas semelhantes à casca de laranja, irritação ou irregularidades na pele,
dor, inversão ou descamação no mamilo e descarga papilar (saída de secreção pelo mamilo).
Podem também surgir nódulos palpáveis na axila.
4 - É sempre possível notar a doença por meio do toque nos seios?
Não, a patologia tem uma fase em que as lesões são do tipo não-palpáveis. Por isso,
é importante a realização de exames de imagem na faixa etária de maior risco.
5 - Segundo o Inca, o autoexame não é estimulado como medida de detecção. Por quê?
Considerando as evidências atualmente disponíveis, não se pode recomendar
ou fomentar o ensino do autoexame como método de rastreamento.
Também não foi evidenciada diminuição da mortalidade por câncer de mama com o
uso do autoexame. Entretanto, o Inca destaca a importância de que a mulher esteja
atenta ao seu corpo e à saúde das mamas. A recomendação é que, diante da
observação de qualquer alteração ou mudança nas mamas, busque imediatamente
a avaliação de um médico.
6 - Prótese de silicone nos seios pode levar à doença?
Não há evidência científica de que exista associação entre implantes mamários de silicone
e o risco de desenvolvimento de câncer de mama.
7 - Como é o tratamento de câncer de mama?
O tratamento é multidisciplinar, ou seja, deve incluir a opinião de vários especialistas
médicos, como o mastologista, o radiologista, o oncologista clínico, o radioterapeuta,
assim como enfermeira especializada, psicóloga, fisioterapeuta e assistente social.
Habitualmente, o tratamento pede cirurgia e é complementado pela radioterapia e
quimioterapia/hormonioterapia.
8 - Quais são as chances de cura de câncer de mama?
Quando diagnosticado precocemente, há até 95% de chance de cura. Por isso, é
importante que toda mulher de 50 a 69 anos faça mamografia a cada dois anos.
10 - Quais alimentos ajudam a prevenir a doença?
Os de origem vegetal: frutas, legumes, verduras e leguminosas (como feijão, lentilha,
grão-de-bico). Têm o poder de inibir a chegada de compostos cancerígenos às células e,
ainda, consertar o DNA danificado quando a agressão já começou.
Se a célula foi alterada e não foi possível consertar o DNA, alguns compostos promovem
a morte delas, interrompendo a multiplicação desordenada.
A ideia de que determinado alimento é bom para tal tipo de câncer não se aplica.
Tem de haver sinergismo entre os compostos, o que ajuda em todos os tipos da doença.
Por isso, é importante variar a alimentação ao máximo. A recomendação é consumir,
no mínimo, 400g por dia de vegetais, sendo 2/5 de frutas e 3/5 de legumes e verduras.
Cada porção equivale a uma quantia que caiba na palma da sua mão, do produto picado
ou inteiro, totalizando 80g.
11 - O que não se deve comer para ajudar na prevenção?
Entre os alimentos prejudiciais estão os embutidos, que apresentam grande quantidade
de sal, nitritos e nitratos. Os conservantes em contato com o suco digestivo do
estômago se transformam em compostos cancerígenos. Evite ao máximo comê-los,
mas o ideal é que não sejam consumidos. Limite carne vermelha a 50g semanais.
A forma de preparo dos alimentos, especialmente das carnes (de qualquer tipo),
pode influenciar. Os feitos na chapa ou fritos trazem malefícios, porque a exposição a
altas temperaturas também atua na formação de compostos cancerígenos. Prefira levá-los ao
forno ou usá-los em ensopados. Se quiser grelhar, opte pelo pré-cozimento.
O churrasco também eleva os riscos. Além da temperatura alta, a fumaça do
carvão tem dois componentes cancerígenos (alcatrão e hidrocarboneto policíclico
aromático), que impregnam na refeição.
12 - Qual é a importância da amamentação?
Amamentar diminui entre 10% e 20% os riscos de a mãe ter a doença.
Enquanto o bebê suga o leite, o movimento promove uma espécie de
esfoliação do tecido mamário por dentro. Assim, se houver células agredidas,
são eliminadas e renovadas. Quando termina a lactação, várias células se
autodestroem, entre elas algumas que poderiam ter lesões no material genético.
Outro benefício é que as taxas do hormônio feminino estrogênio caem durante
o período de aleitamento.
13 - Pílula anticoncepcional aumenta o risco da doença?
Existem estudos que demonstra fraca relação de causalidade entre pílula anticoncepcional e risco
da doença, enquanto outros demonstram alguma relação.
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